Um grupo internacional de pesquisadores anunciou a detecção de um neutrino com energia jamais registrada, encontrado a mais de 3 mil metros de profundidade no Mar Mediterrâneo. A observação foi realizada pelo telescópio submarino KM3NeT, projeto científico que une 250 cientistas de 68 instituições em 21 países.
A descoberta representa um marco na astronomia de partículas e abre novas possibilidades para o estudo dos eventos mais extremos do universo, como buracos negros, explosões estelares e outros fenômenos de altíssima energia.
O que são neutrinos e por que são importantes para a ciência?
Os neutrinos são partículas subatômicas quase sem massa e sem carga elétrica, o que lhes permite atravessar qualquer tipo de matéria praticamente sem interagir com ela. Essa característica os torna extremamente difíceis de detectar — e, ao mesmo tempo, valiosos para a pesquisa científica.
Eles funcionam como mensageiros cósmicos, capazes de carregar informações diretas de suas origens mais remotas, escapando de regiões do universo onde outras formas de radiação seriam absorvidas.
Neutrino de energia recorde surpreende cientistas
O neutrino identificado chamou atenção pela intensidade de sua energia, muito superior a qualquer outro já observado. A magnitude desse sinal indica que ele pode ter vindo de uma fonte muito distante e extremamente energética no espaço profundo.
“É a primeira vez que registramos um neutrino com esse nível de energia. Isso nos permite explorar uma faixa inédita do espectro e pode revelar novas fontes de emissão no universo”, explicou o físico Paul de Jong, um dos líderes do projeto.
A cientista Rosa Coniglione, também envolvida na pesquisa, reforçou: “Neutrinos como esse ajudam a decifrar os processos mais violentos do cosmos. Essa detecção é um avanço importante na nossa jornada para compreender o universo em maior profundidade.”
KM3NeT: o telescópio submarino que fez história
A detecção foi feita pelo KM3NeT, um telescópio de neutrinos instalado nas profundezas do Mar Mediterrâneo. O equipamento é composto por sensores de altíssima sensibilidade, capazes de captar os raros sinais dessas partículas quando interagem com a água do oceano.
O experimento é projetado para contribuir com a astronomia de neutrinos, uma área que complementa as observações feitas por telescópios ópticos e de ondas gravitacionais.
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